Mabel crescerá com maior tempo de propaganda na TV e rádio
Sandro Mabel (UB) disputou apenas uma eleição de prefeito em Goiânia, há 32 anos (foto: O Hoje)
Não há motivo para inquietações por parte de alguns mais afoitos em face da posição do pré-candidato Sandro Mabel (UB) nas pesquisas. Sua candidatura foi anunciada há apenas dois meses, tempo insuficiente para que houvesse a sedimentação da informação junto à população. Situação muito diferente dos seus principais concorrentes, que estão na mídia há anos como possíveis candidatos dos seus partidos em Goiânia, exceto Gustavo Gayer (PL) que ainda não parece convencido sobre ser ou não candidato.
Veja o exemplo do senador Vanderlan Cardoso, pré-candidato do PSD: seu nome está na mídia como candidato a prefeito de Goiânia desde o final de 2010, quando de sua primeira derrota para o governo estadual. De lá para cá ele foi duas vezes candidato a prefeito – 2016 e 2020 – e ao Senado, em 2018, além de ter concorrido novamente ao governo estadual em 2014. É natural que o seu nome esteja bem consolidado na memória dos goianienses. Adriana Accorsi, do Partido dos Trabalhadores, já vem participando de eleições há dez anos, caminhando para completar sua sexta disputa. Foram duas para a Assembleia Legislativa, duas para a prefeitura – 2016 e 2020 – e em 2022, quando foi eleita para a Câmara Federal.
O deputado Gustavo Gayer, eventual candidato do PL, não tem ainda muito tempo de exposição no processo eleitoral da capital. Em seu 1º ano do mandato de deputado dedicou maior atenção para as atividades na Câmara Federal, onde tem se saído bem, diga-se de passagem. Oscilando entre os primeiros colocados nas pesquisas até agora, Gayer tem histórico diferente dos demais concorrentes. A sua posição de destaque nas pesquisas para a sucessão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é atribuída, em boa parte, à identificação que possui com o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é admirador e aliado fiel. Como o ex-presidente foi bem votado em Goiás em 2022, a sua boa colocação nas pesquisas vem sendo atribuída à esta ligação com Bolsonaro.
E Mabel?
Já em relação ao pré-candidato Sandro Mabel, o contexto da sua participação nesta fase da campanha é bem diferente da situação dos três primeiros colocados. Mabel disputou quatro eleições para a Câmara Federal entre 1994 a 2014 e uma única vez para a prefeitura, em 1992, ou seja, há 32 anos. Se considerar que no Brasil o direito de votar começa aos 16 anos, a constatação é que boa parte dos eleitores que votaram no pleito de 1992 encontram-se na faixa de idade superior a 48 anos, fato que torna difícil imaginar qual percentual deles ainda se lembra da candidatura de Mabel, em 1992. Por isso não há como comparar a situação de Sandro com a dos três primeiros colocados.
Trunfo
Além de suas qualidades pessoais como a de ser hoje um político com mais experiência de quando concorreu pela 1ª vez em Goiânia, há três décadas, o agora pré-candidato do União Brasil possui um “naipe” à mão, com grande capacidade de influenciar a favor da sua candidatura, que é o apoio do governador Ronaldo Caiado, que segundo avaliações de renomados professores e doutores da Ciência Política, em recentes reportagens publicadas na imprensa, influenciarão positivamente a favor do seu candidato. Caiado é o governador mais bem avaliado do País com 86% de aprovação, segundo segundo pesquisa da Genial/Quaest, divulgada no mês de abril. Há também melhoria dos serviços públicos na segurança pública, o mais bem avaliado na pesquisa Quaest seguido das áreas da Educação, Saúde , geração de empregos e renda programas sociais bem estruturados, que atendem a milhares de famílias. Com a entrada de Caiado na campanha a partir de agosto, pedindo votos, Mabel tem tudo para subir rapidamente nas pesquisas.
Não há dúvidas se o candidato Sandro Mabel se aproximará dos primeiros colocados na corrida pelo Paço. Mas não necessariamente antes da propaganda eleitoral no rádio e na TV, a partir de meados de agosto. Por mais eficiência que tenha a propaganda eleitoral na internet nos dias atuais, o maior impacto na campanhas tem ocorrido é durante a propaganda eleitoral obrigatória na TV e no rádio. Não há motivos para se acreditar que nesta campanha será muito diferente.
Sobre qual dos candidatos vencerá a eleição seria uma imprudência arriscar tal previsão faltando ainda cinco meses para a eleição. Entretanto, o que se pode dizer hoje sobre o tema é que dificilmente as posições de todos os atuais pré-candidatos serão mantidas. Primeiramente porque parece pouco provável que seja mantido o número atual de concorrentes até às convenções. Um exemplo é o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) que, se for um político sensato como parece, ele negociará politicamente o seu apoio a alguma candidatura de maior viabilidade, com o compromisso de ser apoiado a uma candidatura dele a deputado federal ou estadual, em 2026.
Em política não adianta insistir quando se constata que não existe possibilidade de sucesso na direção tentada. É o caso, por exemplo, do prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano (MDB), que diante de inevitável constatação de inviabilidade de reeleição, certamente ele trocará o seu projeto por outro em 2026. E ainda com possibilidades reais de garantir o apoio do, seu sucessor se o eleito for o candidato da base, que muito provavelmente será o ex-deputado federal Leandro Vilela (MDB), sobrinho do ex-prefeito Maguito Vilela; do atual e do próximo governador do estado, Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, respectivamente, à uma candidatura a deputado em 2026.
A eleição de Goiânia caminha para ser definida no 2º turno e, sem querer antecipar qualquer tendência, os dois finalistas que disputarão o segundo turno tendem a ser, de um lado, o candidato que reúne os partidos de direita e centro-direita e do outro, o candidato ou candidata que reúna os partidos de esquerda e centro-esquerda. Some-se a esta tendência um importante ingrediente que costuma pesar na maioria das campanhas que são as estruturas, ou seja, disputarão o segundo turno candidatos que disponham de maior estrutura partidária e tempo de televisão e rádio, para a propaganda eleitoral.
Pelo lado da direita, o candidato do União Brasil é um forte concorrente pois, além da grande aliança de poio ao seu projeto, terá ainda a força do prestígio do governador mais bem avaliado do País, que é Ronaldo Caiado. Pela esquerda, Adriana Accorsi parece reunir mais condições de ter a seu lado um leque de partidos que já apoiam o governo do presidente Lula, em nível federal e do próprio Lula, que já manifestou à candidata a intenção de participar de sua campanha na capital.