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Erros de Vilmar Mariano (Vilmarzinho)

Vilmar Mariano, prefeito de Aparecida (foto: G365)

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, Vilmarzinho (UB), se equivoca ao adotar postura de insatisfação com o desfecho da sua expectativa de ser apoiado pela base como candidato à reeleição e até insinuar, por meio de pessoas próximas, que pode até mesmo vir apoiar candidato de outro partido. Primeiro porque não houve este compromisso da cúpula de apoiá-lo quando de sua filiação no União Brasil. O compromisso que foi feito, segundo o que foi noticiado na época, foi o de que ele teria o apoio desde que num prazo de 60 dias ele conseguisse reduzir significativamente a diferença o separa do primeiro colocado nas pesquisas em Aparecida, deputado Alcides Rodrigues (PL).

Ele bem que trabalhou e se movimentou muito neste período e todos reconhecem isso. Mas a distância que o separa do professor Alcides nas pesquisas não caiu como se esperava. E a culpa, se é que se possa falar em culpa neste caso, não é nem do prefeito Vilmar e nem do governador Ronaldo Caiado ou do vice-governador Daniel Vilela (MDB). A culpa é do povo de aparecida que insiste em manter o voto no candidato adversário, ao responder às pesquisas. Mas daí a insinuar rompimento com a sua base política é um erro gigantesco. Vale até dar aquela valorizada básica pelo seu apoio ao nome que deverá ser anunciado como o candidato da base no município, o ex-deputado federal Leandro Vilela. Não há nada demais nisso. Um charmezinho nessas horas é considerado normal e não faz mal a ninguém.

Insinuações

Antes de insinuar rompimento com a base por não obter apoio à sua reeleição, Vilmarzinho faria muito bem a ele mesmo se desse uma olhada em alguns exemplos da história recente de políticos que por não terem suas vontades atendidas romperam ou ameaçaram rompimento com os líderes maiores de suas bases, sem fazer uma avaliação mais profunda de suas possibilidades. Quantos deles romperam com Iris Rezende ao longo das últimas quatro décadas. A começar pelo ex-governador Mauro Borges, que rompeu para concorrer na eleição de governador em 1986, pelo MDG – Movimento Democrático Goiano. MB foi fragorosamente derrotado para o candidato do então governador Iris, Henrique Santillo (PMDB). De lá para cá outros tentaram o mesmo caminho e perderam feio. Desnecessário citar os exemplos e foram vários.

Roteiro semelhante

Com o governador Ronaldo Caiado o roteiro tem sido parecido. Os poucos que tentaram derrotá-lo nos últimos cinco anos não foram bem-sucedidos em suas incursões. Veja o exemplo do ex-deputado Lissauer Vieira, hoje filiado no Partido Liberal (PL), que fez gestão muito elogiada durante quatro anos na presidência da Assembleia Legislativa (Alego). Bem articulado durante a gestão, Lissauer chegou a ser cogitado para compor a vice na chapa de Caiado, em 2022, desde que não se consolidasse a aliança do governador com o MDB, com a indicação de Daniel Vilela para o posto.

Daniel Vilela foi anunciado vice ainda em 2021 e Lissauer liderou uma tentativa de se criar uma onda de protestos contra a indicação. Numa tarde de sábado na cidade de Itaberaí, abriu guerra contra Caiado. O desfecho todos conhecem. Não se ouve mais falar no ex-deputado, a não ser na cidade de Rio Verde. Outro exemplo é do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha.

Filho do histórico Léo Mendanha, que jamais pensou deixar o MDB algum dia, rompeu com o vice-governador, Daniel Vilela, para tentar carreira solo num pequeno partido, com o qual não tinha afinidade. Resultado: também foi fragorosamente derrotado e não fez nem cócegas na tentativa de impedir a reeleição de Caiado, que ocorreu no primeiro turno. Mas pelo menos Mendanha teve a humildade de se permitir ser resgatado pelo governador Ronaldo Caiado, levando-o de volta ao velho MDB de Daniel Vilela.

Apenas um

Dos rompimentos com Iris Rezende, o único bem-sucedido ao longo de 16 anos foi o que resultou na eleição de Marconi Perillo (PSDB) ao governo, em 1998. Assim mesmo num contexto complexo porque juntaram-se em torno do seu nome todos os partidos de oposição liberal e todas as principais lideranças políticas de oposição no estado, a exemplos do então deputado federal, Ronaldo Caiado, do hoje União Brasil e Lúcia Vânia (PSDB). Ambos se recusaram a concorrerem ao cargo novamente naquele ano, porque já haviam disputado disputado a eleição para o posto, em 1994.

O exemplo Maguito

Já em relação ao ex-governador Maguito Vilela (MDB) aconteceu o inverso e também o resultado foi diferente. Por conta de sua lealdade inquestionável à liderança maior do MDB em Goiás, Iris Rezende,, Maguito Vilela construiu uma carreira política brilhante. Foi de vereador de Jataí, no Sudoeste goiano a governador do estado e senador, depois de se eleger deputado estadual, em 1982 e deputado federal constituinte, em 1986 e vice-governador, em 1990. Posteriormente foi vice-presidente do Banco do Brasil e prefeito de Aparecida de Goiânia, por dois mandatos consecutivos.

Maguito, como se vê em seu histórico, ocupou todos os principais cargos públicos em Goiás, graças ao apoio recebido de Iris,. Naturalmente que ele pagou um preço por isso, como o de nunca contrariar o pai de Ana Paula Rezende Craveiro. Mas a vida é assim, lealdade se paga com lealdade e quem tenta quebra esta regra costuma se dar mal. Em um dos meus próximos artigos eu pretendo revelar algumas passagens interessantes do ex-governador Maguito Vilela, dentre elas, algumas contrariedades que ele nunca tornou públicas para não contraria Iris Rezende.

Erros de alguns

Um erro cometido por muitos políticos de carreira curta é o de achar que conseguem derrotar nomes com décadas de história e de serviços prestados à população, a exemplo de Iris Rezende e Ronaldo Caiado. Iris foi o político de maior longevidade na história de Goiás: presidente da Câmara Municipal de Goiânia, prefeito por três mandatos, presidente da Assembleia Legislativa (Alego), duas vezes governador, senador, ministro da Agricultura e da Justiça; teve mandato cassado no regime militar.

O governador Ronaldo Caiado tem quase 40 anos de história de militância como líder classista e político. Foi deputado federal por cinco mandatos, senador e está no 2º mandato de governador. Nas suas quase quatro décadas de luta na política nunca teve o nome envolvido na profusão de escândalos ocorridos no País nas últimas três décadas. É o governador mais bem avaliado do País. Por estes e outros motivos é que muitos cometem erros de avaliação ao se insurgirem contra homens públicos com história, achando que o povo os acompanha em suas decisões equivocadas, tomadas apenas para satisfazer egos e vaidades.

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