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Mulheres na briga pela vice

Foto: Pinterest – meramente ilustrativa sem relação com o texto

Matéria atualizada às 15:04 03 de maio de 2024

Nunca a disputa pelo cargo de vice foi tão valorizada como nesta pré-campanha, em Goiânia. A luta de grupos e partidos pela indicação chegou chegou nos mais diversos ambientes. Fica a impressão até que a eleição é para escolher o vice não o prefeito. No Brasil, vices para cargos no Executivo não são sequer votados separadamente, vota-se na chapa e leva-se o pacote completo – prefeito e vice, no caso das eleições municipais mas o processo é igual para se eleger os governadores e o Presidente da República. O debate sobre a indicação do vice (ou dos vices) em Goiânia acontece nos gabinetes parlamentares, nos escritórios e por aí vai, chegando a ocupar espaços nobres das casas, onde em outras épocas pouco se falava sobre eleição: na cozinha.

Alguns líderes já se prontificam com a inserção das próprias esposas na composição de vice em chapas. Estariam eles realmente preocupados com o bem-estar dos goianienses e o desenvolvimento da cidade, talvez receosos com a eventualidade da necessidade de substituição temporária ou não, do titular, como ocorreu na eleição de 2020 e a capital fique em mãos melhor preparadas para administrar? Afinal de contas, em se tratando de futuro nunca se sabe o que virá, não é mesmo? Por isso, não se deve descuidar dos cargos de vice nas eleições. Veja o exemplo de Goiânia há quatro anos, o povo elegeu Maguito Vilela mas teve que se contentar com o vice Rogério Cruz. Cruz de “cruz credo”, é o que estão dizendo muitos goianienses com o acúmulo de lixo em suas calçadas. Daí, talvez os políticos que querem indicar seus cônjuges para a vice estejam com razão, afinal, não se brinca com o que é imponderável. E o futuro é imponderável.

Afinal de contas não se deve descuidar das mãos em que possa cair o comando político e administrativo da capital, ante alguma eventualidade que possa ocorrer. Pode-se pensar que por razões nobres dos políticos ao se prevenirem contra alguma surpresa desagradável no futuro, a exemplo da ocorrida em Goiânia há quatro anos. Se algo semelhante tiver que ocorrer algum dia, de a cidade cair em mãos não programadas, que seja em boas mãos, se possível em suas mãos, ao justificar o sacrifício de tirar as esposas do conforto do lar, para enfrentarem uma desgastante campanha eleitoral.

Todas as evidências apontam, até agora, que haverá maior participação feminina nesta campanha. Além das esposas de políticos sugeridas para compor a vice em chapas majoritárias, há pelo menos duas candidatas a prefeita: Adriana Accorsi (PT) em Goiânia e Isaura Cardoso (PSD), na vizinha Senador Canedo, sem muitas que estarão disputando em outras cidades no interior, tanto a prefeitas, vices e vereadoras.

Aliás, a mulherada vem fazendo bonito ao invadir espaços que até pouco tempo atrás eram dominados por homens, a exemplo do jornalismo esportivo, mais precisamente o futebol. A TV Globo está com excelentes narradoras, comentarias e repórteres em transmissões de competições nacionais. Em Goiás, a TV Anhanguera também contratou jornalistas do sexo feminino para mesclar suas equipes de cronistas tanto nas transmissões nos estádios quanto para a cobertura diária. A impressão é elas estão se saindo muito bem.

Mulheres avançam

Não é o gênero que torna homens ou mulheres propõem a fazer não só na política mas em outras áreas, sejam elas jornalistas, motoristas, médicos ou médicas, engenheiros ou engenheiras, pilotos de avião e por aí vai. O que conta é a competência profissional. Nada contra mulheres serem candidatas a vice, independentemente de quem patrocina suas indicações. O que interessa para o eleitor é se são bem preparadas para o cargo, tanto politicamente, intelectualmente ou profissionalmente.

Porém, um lembrete: para a composição do cargo de vice, historicamente é escolhido ou escolhida alguém que tenha as melhores condições de contribuir com a eleição da chapa. Contribuir com votos e não apenas como peças decorativas no processo.

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